Por Paula Cardozo Sampaio
Ser gorda (o) em uma sociedade em que o mais importante é a aparência física, em que o corpo perfeito é aquele com “gominhos” e não “dobrinhas” é viver em uma luta diária, é mostrar que você pode ser feliz com três dígitos na balança e principalmente ser saudável, já que o preconceito velado sempre vem por trás de um “estou preocupado com a sua saúde”.
Essa luta diária não é nada fácil, tem dias de altos e baixos, dias em que as ofensas, as críticas e o preconceito maltratam a tal ponto que você acaba querendo ser esse “padrão”, você acaba duvidando do seu amor próprio, daquilo que você realmente gosta em você. Começa a não se achar e nem se sentir atraente, quando na verdade você é linda (o) e incrível do jeitinho que você é. Disso tudo surge a grande pergunta: você quer mudar por você ou pelo que dizem de você? Mudar por você mesmo é incrível, mas jamais alguém deve mudar por que outra pessoa não está satisfeita com o que você é.
A gordofobia não é mais um “mimimi” que os jovens inventaram é um preconceito que vem se arrastando por séculos. Essa suposta “preocupação” com a saúde física principalmente, e que vem rodeada de comentários invasivos e críticos, esconde uma negligência devastadora, essa falta de sensibilidade com a saúde mental dos gordos é surreal. Isso tem um peso tão grande que 30% das pessoas gordas que procuram tratamentos para perda de peso apresentam depressão.
Dizer que uma pessoa é gorda não é ofensa, assim como dizer que alguém é magra não é elogio. Ter consciência do que é dito para as pessoas é essencial. Vivemos em tempos tão difíceis a última coisa que precisamos é fazer com que alguém sinta vergonha do próprio corpo por falta de senso.
Gordos amam, trabalham, namoram, têm amigos, conversam e são pessoas normais assim com você. Ponha a mão na consciência e saiba viver com a diversidade sem maltratar quem está por perto.
O preconceito está presente praticamente em todos os ambientes. Já nascemos em um mundo que nos ensina a cultuar o corpo perfeito, o cabelo liso e a boa aparência, infelizmente só entende do preconceito que já sofreu de alguma forma. Excelente texto
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