Casos de racismo e apologia ao nazismo estão se espalhando em escolas de Minas Gerais. Na última semana, aconteceram pelo menos quatro episódios em educandários do estado.
Nesta quarta-feira (17), dezenas de pesquisadores, professores e estudantes que participavam do 10º Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), interromperam os debates do encontro para protestar. Os participantes do encontro estavam indignados. A frase “pretaiada vai voltar pra senzala” foi pichada em um banheiro da universidade, próximo ao auditório utilizado pelos cientistas negros.
“Aí reitor, quero saber, com o fascista o que vai acontecer?”, gritavam em coro os manifestantes, no saguão de entrada da reitoria da UFU.
Assim que tomou conhecimento da ofensa aos participantes do encontro, a reitoria classificou o caso como “grave ato de racismo” e informou que iria acionar a PF (Polícia Federal) para apurar o caso. A reitoria ainda informou que vai abrir uma sindicância interna para apurar o caso.
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFU divulgou nota afirmando que “reconhecer a influencia de nosso passado nas nossas relações atuais é o primeiro passo para que nosso presente e futuro sejam transformados positivamente”.
Suástica nazista
Nesta terça-feira (16), a direção da Faculdade de Direito da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) denunciou que frases homofóbicas e desenhos da suástica (símbolo do nazismo) tinham sido colocadas nas portas de um banheiro: “morte aos gays” e “morte aos viados”.
A direção da Faculdade de Direito publicou nota “lamentando profundamente as inúmeras manifestações de violência e discriminação, que vêm ocorrendo no nosso país, em clara ameaça à proteção dos direitos fundamentais e dos valores democráticos, especialmente a liberdade de expressão e a proteção da vida e da dignidade humana”.
“Os 30 anos da Constituição Federal estão sendo celebrados em todo o país, mas parece que ainda é preciso (re)aprender seus preceitos mais básicos, a exemplo dos artigos 1º e 5º. Nossa faculdade respeita a diversidade, considerando-a um valor a ser preservado numa sociedade democrática, e não aceitará qualquer forma de discriminação ou de violência”, diz a nota da Faculdade de Direito.
A reitoria da UFJF também se manifestou afirmando “repudiar e lamentar veementemente todas as manifestações de racismo, homofobia, misoginia, sexismo ou quaisquer outras formas de discriminação contra a liberdade, verificadas na UFJF e em todo o país”.
O DCE da UFJF, por sua vez, disse que vai combater a “violência fascista” na escola e traçou estratégias. Nesta sexta-feira (19), os estudantes farão panfletagem no campus da UFJF e nos bairros do entorno alertando as pessoas para a importância da defesa da liberdade democrática. No sábado (20), uma passeata partirá da universidade em direção ao centro da cidade.
Fonte: Uol Notícias