Cabelo é resistência!

É melhor alisar, dá menos trabalho e é mais bonito! Cabelo crespo é cabelo ruim! Cabelo duro não entra nem pente!…

Quantas vezes já não ouvimos isso sobre o cabelo crespo? E sabe o que é isso? RACISMO!

O cabelo é algo muito importante para as mulheres, o nosso corpo é uma linguagem e a cultura utiliza do cabelo como forma de comunicação, esse caráter peculiar dado ao cabelo atribui a ele um símbolo identitário, no caso das negras, esses símbolos sempre foram depreciados pela sociedade brasileira. Isso faz com que mulheres negras de cabelo crespo percam a autoestima e tentem se adequar a cultura branca para serem aceitas pela sociedade. No entanto, mesmo ao tentar se adequar, a mulher negra não é aceita, pois ela não é vista como “do cabelo bom”, mas do cabelo alisado que acaba quando vê água. Sendo assim, a mulher negra não satisfaz a sociedade. Ou ela é preta do cabelo ruim, ou ela é preta do cabelo alisado. E mesmo que você considere a aceitação do cabelo uma besteira, isso dói, fere, destrói a autoestima.

Por isso quando falamos em assumir o cabelo black, não falamos apenas em estética, mas em resistência negra, valorização de si mesma e resgate de uma identidade que ficava abafada por comentários e imposição da sociedade que estabelece padrões estéticos a serem cumpridos e a retomada da autoestima e aceitação.

A aceitação do cabelo negro vem mudando. O que antes era quase que proibido, hoje já se começa a aceitar e achar bonito. Estamos no ano de 2018 e estamos COMEÇANDO a aceitar a estética natural do negro. É uma evolução, mas a passos muito lentos. Por isso ainda precisamos de resistência.

Use seu cabelo natural e resista à sociedade racista.

Um comentário em “Cabelo é resistência!

  1. Sempre ouvi desde pequena : _”NOSSA VOCÊ ACORDA COM UMA JUBA NA CABEÇA, VÁ ARRUMAR ESTE CABELO PARA NÃO ASSUSTAR OS OUTROS”_…
    Consegui que minha filha gostasse dos seus cachos e fosse respeitada desde pequena. Isso fortaleceu seu caráter e sabia se defender dos _bulling_ na escola nas brincadeira de teatrinho com outras criança (brancas), quando ela, muitas vezes, era submetida a fazer papéis da emprega, da babá, da professora…, pois ela não podia fazer os outros papéis ( de mãe, de médica, de repórter…) devido o cabelo dela ser enrolado… Ela se revelação, rodava no salto e Gritava: meu cabelo e lindo e eu posso ser o que eu quiser SER, e quem não gosta do meu cabelo não precisa gostar de mim pois eu sou *Linda Assim*… Muitas vezes eu ia buscá-la na escola ou na casa de Amigas devido estes ABUSOS… ELA SÓ CHORAVA QUANDO CHEGAVAMOS EM CASA… HOJE É UMA MULHER LINDA DE CABELOS SOLTOS AO VENTO…

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