Perdigão e sua campanha de Natal racista

Propaganda  reforça o estereótipo da família branca rica e família negra pobre

Nessa segunda-feira (26) a Perdigão divulgou em suas redes sociais as primeiras duas peças da campanha de Natal da marca da BRF para este ano. Os dois filmes, criados pela agência DM9DDB, contam a história de uma família que comprou um Chester da Perdigão e outra que recebeu a doação do mesmo produto por meio da ação “Você compra um Chester, a Perdigão doa outro”, feita em parceria com o programa Mesa Brasil, do Sesc Nacional.

A propaganda foi infeliz. Ela reforça estereótipos por representar a família que comprou o Chester – e, portanto, fez a doação – com um grupo de atores brancos, enquanto a família que recebe a doação é composta por pessoas negras. isso repercutiu na internet e, no Twitter, o assunto chegou ao Trending Topics do Brasil.

Fica o questionamento: as propagandas da Perdigão de natal são sempre iguais: famílias brancas felizes ao redor da mesa. Quando se quis dar representatividade aos negros tinha que ser uma família negra e pobre recebendo doação de uma família rica e branca? Ao fazer a campanha, a agência de publicidade DM9DDB não enxergou que estereotipar o negro como subalterno e socialmente inferior ao branco seria negativo? Queria falar da doação? E se fosse o contrário? Família negra doando a uma branca? Soaria estranho pra você? Sabe porque? Racismo.

Quando se fala que queremos mais negros na TV é para nos enxergar e entender que sim, podemos alcançar lugares maravilhosos na sociedade e não nos ver como negros e pobres sempre.

Representatividade e lugar de fala é ser protagonista de uma história de sucesso e não estereotipia negativa. É fato que negros são maioria pobre, mas introjetar a imagem de negros sempre como pobres é reforçar que isso não mude.

Perdigão, tente representar uma família negra de classe média e feliz em volta da mesa. Quer fazer algo diferente? Represente a família tradicional brasileira. Qual é? Aquela que mostre a descendência promovendo a união nos dias de hoje de forma a mostrar que somos todos irmãos: De um lado a mão branca, de outro o pai negro com filhos nascidos dessa mistura. No jantar de Natal, os ascendentes de ambos os lados, unidos e felizes para celebrar o Natal em família. 

Se virmos isso representado, a chance de você promover a igualdade é muito maior.

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