O Relatório das Desigualdades de 2018 da Oxfam aponta para o Brasil como um país estagnado. No que diz respeito a renda por grupos raciais, a diferença entre a renda de brancos e negros também está em estagnação desde 2011. Brancos ganham 53% mais do que negros. Essa diferença salarial varia entre 57% e 53% há anos. Uma variação pífia levando em consideração que existem ações afirmativas para solucionar essa diferença.
O que isso significa?
Significa que há uma ligação direta entre renda e raça, onde negros historicamente estão nas camadas mais pobres devido ao processo escravagista e abolição sem estruturação social de inclusão. Mesmo com políticas públicas de inclusão a partir da abertura democrática de 1988 e a ampliação de ações afirmativas no governo Lula, como cotas raciais em universidades e concursos públicos, a diferença salarial por raça não sofreu alteração. Isso demonstra falha na formulação e implementação de políticas públicas raciais.
O que se deve fazer, então?
É preciso analisar onde está o erro. Porque se existem políticas que visam subsidiar a igualdade de oportunidades e ainda assim o status quo não mudou, então há um erro na raiz, na formulação das políticas. É preciso rever tudo o que foi feito para mudar esse cenário, avaliar resultados, ações, diretrizes, implementação e reformular ações que atinjam o objetivo de igualdade de oportunidades para ascensão social e ampliação de renda da população negra.
Confira o relatório completo aqui.