Manifestantes protestavam contra o racismo, o genocídio em decorrência da pandemia e a chacina em Jacarezinho
No último dia 13 de maio de 2021 a população brasileira saiu às ruas para protestar contra o genocídio do povo negro e contra o racismo. Com o argumento “Se o povo está nas ruas durante a pandemia, é porque o governo é mais perigoso do que o vírus”, manifestantes gritavam fora Bolsonaro genocida num pedido de socorro ao país e à população negra, a população que mais sofre com os efeitos da pandemia.

Violência policial
Não bastasse a população negra ser a mais atingida com a pandemia, as ações policiais colaboram para o extermínio da população negra. Agregando os protestos contra a ação policial nas favelas, o 13 de maio foi marcado por repúdio à chacina de Jacarezinho (RJ), uma operação policial do Rio de Janeiro que deixou 28 mortos e centenas de marcas psicológicas na comunidade local e na população negra brasileira.
Segundo Dani Sanches, membro do Coalizão Negra por Direitos, o ato do dia 13 de maio é importante para mostrar aos governos que a negritude não vai se calar e nem aceitar o racismo estrutural e a violência institucionalizada contra o povo negro. “Aqui no DF nós escolhemos o STF para o ato tendo em vista que ele tem uma determinação que proíbe ações policiais em decorrência da pandemia e o que a gente viu no estado do Rio de Janeiro foi uma verdadeira chacina e a gente não pode se silenciar. A gente não pode deixar que o Estado brasileiro passe impune diante desse grande extermínio que aconteceu lá. Então a gente tá aqui pra dizer que vidas negras importam, vidas periféricas importam e nós não vamos nos calar. Seja de norte a sul nós vamos denunciar a chacina de Jacarezinho”, afirmou.

O deputado distrital, Fábio Félix (PSOL), também esteve no ato defendendo o direito de viver do povo negro. “Nós estamos na rua resistindo e denunciando esse processo de violência que o Estado tem praticado contra a população negra, contra a juventude negra. Nós não podemos naturalizar esse tipo de violência e pra isso a gente tá de pé hoje na rua pra dizer que isso não é normal. E defender que o Estado brasileiro, ao invés de morte, precisa é recompensar a população negra por tantas violações de direitos e nosso mandato está firme por essa luta e essa pauta”, defendeu o deputado.

O 13 de maio
Dia 13 de maio é marcado pela assinatura da Lei Áurea, a lei da abolição da escravatura. No entanto, a população negra e população em geral esclarecida não comemora essa data por saber que a abolição foi uma farsa. Quando se assina uma lei acabando com a escravidão, mas cria outras que mantém a segregação racial e não fornece medidas de inclusão social desse povo que o próprio estado massacrou. Resultado disso é que 133 anos depois a população negra ainda sofre com o racismo, a segregação, a violência chancelada pelo Estado, como a ocorrida em Jacarezinho. Por isso, o 13 de Maio Contra o Racismo foi feito numa data simbólica para mostrar que a população negra ainda não está livre. Ainda sofre as consequências da escravidão. Mas a população negra não vai se calar e a luta será contínua até que se alcance a equidade racial.
A manifestação “13 de Maio Contra o Racismo” ocorreu por todo o país nas principais cidades e em todas as capitais.