No dia 18 de maio de 1950 mulheres negras conquistavam seu marco histórico político. Era a criação do Conselho Nacional de Mulheres Negras pautando a luta antirracista com recorte de gênero.
Isso foi importante porque às mulheres negras era negado espaços políticos e de reivindicação. Como?
No movimento feminista, as pautas eram focadas nas mulheres brancas, não atendendo especificidades das mulheres negras que por causa do racismo é uma discriminação atenuada. E no movimento negro, as pautas não levavam em consideração as especificidades de gênero. Dessa forma, nem um nem outro movimento atendia às necessidades das mulheres negras, visto que estas sofrem discriminação elevada a terceira potência por sua raça, gênero e, muitas vezes, classe social.
Desse olhar, vem a necessidade de se tratar as minorias políticas de acordo com suas interseccionalidades. Isso porque uma mulher negra não está no mesmo patamar que um homem negro, já que além da discriminação racial ela sofre também a de gênero, assim como a mulher negra não está no patamar da mulher branca, já que além da discriminação de gênero ela sofre também de raça. Daí nasce a necessidade de se criar o feminismo negro que começou a ser discutido na década de 70, após a criação do Conselho Nacional de Mulheres Negras. Este conselho, colocou em discussão as necessidades específicas das mulheres negras, como o direito das empregadas domésticas, categoria que tinha maioria de mulheres negras, e deu início a formação do feminismo negro no Brasil.
O Conselho Nacional de Mulheres Negras deixou um legado histórico que até hoje inspira outros movimentos sociais, em especial os que têm como objeto a luta por garantias dos direitos da mulher negra, a qual encontra-se na base da pirâmide dessa sociedade racista, machista e patriarcal. E, foi com a participação e intervenção dos movimento sociais nas diversas instâncias do poder público, que as mulheres negras conquistaram destaque para lutar contra as desigualdades de gênero, identificadas em relação aos homens brancos, às mulheres brancas e aos homens negros.
A institucionalização de movimentos como este possibilita a conquista de políticas e direitos. A congregação de pessoas com o mesmo objetivo, como o Conselho Nacional de Mulheres Negras em prol da da luta antirracista com a interseccionalidade de gênero, eleva a questão de estado de coisas para pauta política e, assim, conseguimos alcançar medidas que visem a equidade.
Mulheres negras, uni-vos!
Parabéns, parabéns prezada #JulianaPereiradeSouzaSilva. Só orgulho!
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