Relatório da ONU denuncia racismo sistêmico na polícia brasileira

Dos 7 casos citados, 3 são brasileiros

A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório sobre racismo em instituições de polícia e Justiça no início desta semana, segunda-feira (28), e, de sete exemplos listados no texto, três são brasileiros.

As mortes de João Pedro, Luana Barbosa e Marielle Franco foram citadas como casos que ilustram como investigações, processos, julgamentos e decisões não levam em conta o papel da discriminação racial nas instituições.

O relatório é assinado pela alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

No relatório, Bachelet faz um apelo a todos os países para que adotem medidas imediatas contra a discriminação, a violência e o racismo sistêmico contra negros e afrodescendentes, afirmando que a situação atual é “inadmissível”.

Em relação ao Brasil, o documento menciona as mortes do jovem João Pedro Matos Pinto e de Luana Barbosa dos Reis, que perderam a vida em consequência da violência policial, e também o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol).

O documento das Nações Unidas ainda menciona dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontando que, em 2019, a mortalidade da população negra durante operações policiais foi 183,2% superior à da população branca no país.

Os casos

Luana Barbosa morreu em abril de 2016, em Ribeirão Preto (SP). Três policiais militares são acusados de espancá-la durante uma abordagem. A gravidade das lesões levou Luana à morte, aponta a defesa da família dela. Em fevereiro de 2020, a justiça determinou que os réus sejam julgados pelo tribunal do júri. No entanto, as defesas recorreram e a data do julgamento ainda não foi marcada.

Em maio deste ano, a ONU pediu informações sobre o caso.

João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, foi morto durante uma operação conjunta das polícias Federal e Civil em São Gonçalo (RJ) em maio de 2020.

A Defensoria Pública denuncia que não há qualquer movimentação na investigação há meses, e a família do menino sofre com a demora e a falta de respostas sobre o crime.

Marielle é citada pelo relatório como uma defensora dos direitos humanos e crítica da violência policial contra a população negra. Ela foi morta em 14 de março de 2018 após seu carro ter sido alvejado por 13 tiros, que também mataram o motorista Anderson Pedro Gomes. A morte da vereadora é um dos 70 casos desse tipo de crime identificados pelo relatório na América Latina.

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