Mulher denuncia ataque racista contra sua mãe e seu filho
Uma mulher de 62 anos e seu neto foram atacados com uma bomba de efeito moral nesta quinta-feira (3) ao andarem no Centro de Vinhedo e, segundo as vítimas, o agressor disse que o ataque era um “presente do Bolsonaro”.
O
caso foi denunciado pela mãe da criança, no Facebook. Ela conta que sua
mãe e seu filho, de 7 anos, estavam no cruzamento da Rua Jundiaí com a
Rua José Matheus Sobrinho quando foram atacados.
Três homens
teriam passado dentro de um carro em baixa velocidade e gritado para a
senhora e a criança: “Aí, dona, presente do Bolsonaro” e, em seguida,
jogado uma bomba próximo dos dois, que estavam em um ponto de ônibus. A
idosa não conseguiu anotar a placa do carro. O caso ocorreu por volta
das 8h40.
A família registrou Boletim de Ocorrência na
Delegacia de Vinhedo. “Devido a gravidade da situação, porque jogaram a
bomba com um objetivo claro, em direção à minha mãe, fizemos o registro.
Acredito que foi um caso de racismo, mas acho que foi mais vandalismo.
Porque a pessoa se aproveitou para poder assustar”, disse a filha e mãe
das vítimas.
Ela conta ainda que o filho já havia passado por
uma situação de racismo antes. “Mas, neste caso, estamos ensinando ele a
se defender do jeito certo. Que é procurar o direito dele, com o
boletim de ocorrência. Não queremos nos vitimizar. Meu esforço é
trabalhar e criar meu filho. É por isso que fiz BO. Para defender meu
filho”, afirmou.
NERVOSISMO
A avó conta que
estava no ponto de ônibus com o neto e com um amigo, conversando, quando
ocorreu o ataque. “Aí veio esse carro, pensei que ia pedir informação,
dei uma olhada mas não fiquei esperando. Aí, ele acendeu a bomba e
gritou que era o presente do Bolsonaro.”
Ela conta que tentou
ir atrás do veículo, mas não deu para seguir o carro a pé. “Não queria
nem fazer BO. Mas hoje é uma bomba, amanhã pode ser um tiro”, afirmou.
“FOI ALTO”
“Foi
muito alto, me assustei. Doeu o meu ouvido. Não conseguia ouvir. Nada”,
contou o menino após o ataque. O nome dele, da mãe e da avó foram
omitidos da reportagem para preservar as vítimas.
(Com informações de Lícia Mangiavacchi, da EPTV Campinas)